domingo, 22 de junho de 2014

Estocolmo $urreal

Ok pessoal, depois de três semanas tentando me estabilizar em Dublin vou abrir novamente o meu diário de bordo para vocês. Bom pelo título vocês podem imaginar a minha primeira observação sobre Estocolmo, é tão caro quanto o Rio de Janeiro (???). Lá tive o meu primeiro contato com os couchsurfing meeting e minha segunda experiência com couchsurfing, porém a primeira de última hora.

Confesso que, depois de passar por Copenhague, repensei mil vezes sobre a minha passagem por Estocolmo e o tanto que eu gastaria. Tentei até trocar a minha passagem, porém se você como eu comprou aquela mega promoção das empresas low cost (Norwegian), esqueça. Fato é,  tive uma agradável surpresa por lá.  Apesar de ter passado 50 euros do meu orçamento (150 euros), como eu fiquei 6 dias, mais que em Copenhague, e dormi a primeira noite em um albergue, não foi tão absurdo.

Bom, como até a véspera da nossa viagem (estava com a Karina ainda) para Suécia não havíamos conseguido nenhum host, começamos a pesquisar possíveis albergues para ficar. Eu encontrei um albergue "bem barato" e localizado no centro, o Best Hostel (Quarto para 6 pessoas = 165 SEK ~55 reais). O hostel fica bem próximo à estação de metrô Hötorget, logo o acesso do aeroporto é bem fácil. O único problema é que conseguimos fazer o booking só para o primeiro dia. Como em Copenhague, o transporte na Suécia é de primeira linha, porém caro. Assim que chegamos por lá, ainda no aeroporto, depois de ver nossos valiosos euros se multiplicarem ainda mais que na Dinamarca virando coroas suecas (SEK), fomos pedir informações em um ponto de "informação turística" enorme que tem por lá. Nesse ponto de informação turística, você pode pegar mapas da cidade e do metrô (esse segundo é bem útil, mas você também pode baixar o aplicativo). Depois de aguardar alguns minutos, fomos atendidas por uma moça sorridente e super solícita, que nos explicou qual seria a forma mais barata para chegar no centro. O ônibus até o centro era 105 SEK, porém o citypass de 24hs era 115 SEK (~ 39), optamos então pela segunda opção. O citypass da Suécia, assim como o da Dinamarca, começa a marcar as 24hs a partir do momento que ele é validado pela primeira vez. Na suécia existem catracas nas estações de metrô, e você precisa ativar o seu cartão quando entra e "desativar" quando sai, e além de ônibus, metrô e trem, ele também contempla os ferries, que ligam as ilhas de Estocolmo. Antes que vocês perguntem: nós fizemos o teste para ver se duas pessoas poderiam passar com o mesmo citypass. porém nada feito. Enquanto o citypass está ativado, você não pode ativá-lo novamente, portanto espertinhos de plantão, tenham em mente que país onde tudo funciona é porque existe boa fiscalização. 
Best Hostel

Pegamos o ônibus do aeroporto de Arlanda até a T-centralen, que é a estação central que liga todos os transportes de Estocolmo. De lá pegamos o metrô até o albergue. Esse albergue além de ser o mais barato de Estocolmo, ainda deixa disponível na cozinha massa de macarrão para quem quiser cozinhar. Chegamos famintas e fomos olhar essa tal massa, para nossa surpresa a geladeira estava regada de coisas com a etiqueta de "liberado para o uso de todos". Conforme o pessoal deixa o hostel, largam para trás as "sobras" de alimentos, o que permite com que as outras pessoas as usem. Fizemos aquele macarrão 0800, que por ser na Suécia teve um gostinho ainda mais especial. No meio do nosso banquete, surgiu um senhor na cozinha com cara de vovô e do nada começou a dar dicas para a gente da cidade, mas só dica TOP. Falou o nome do mercado mais barato, mercado aonde são vendidas as coisas que com o prazo de validade próximo ao fim,  e o melhor falou dos pubs baratos, dentre eles o mais barato de todos o Medusa (guardem esse nome). No começo achei super aleatório, mas foi ele começar a falar de cerveja barata que ganhou minha total atenção. Tentamos sair para dar uma volta nas redondezas, mas como estava um frio brutal, a Karina quis voltar para o quarto para dormir. Confesso que não fiquei feliz ,porém no quarto ela começou a mexer no couchsurf e encontrou um menino que fazia visitas guiadas pela Old Town. Resolvemos ver qual era, marcamos de encontrar ele algumas horas depois (ao entardecer) na estação de Gamla Stan. Lá encontramos com o nosso querido guia Jonas, que viria a se tornar nosso host horas depois. Ele nos levou então para conhecer as ruelas do centro histórico de Estocolmo. Para começar ele nos mostrou uma escultura bastante polêmica no topo de um prédio,  e pediu para a gente olha e pensar por alguns minutos no que a gente achava que era. Lógico que tinha sacanagem no meio rs, era uma vagina ,só que lógico que eu e a Karina não chutamos certo, mesmo achando rs. Depois ele contou que aquela escultura foi feita por um homem revoltado com a mulher, enfim foi engraçado para quebrar o gelo e começar. Dali fomos andando por cada uma das lindas ruas e ele foi nos contando detalhadamente toda a história de Estocolmo, desde os antigos reinados até a participação da Suécia na segunda guerra mundial (o que foi uma surpresa para mim). Para quem não sabe a Suécia deu um grande impulso para o Hitler na segunda guerra, deixando eles passarem pelas suas terras para invadir a Noruega, bem como ter acesso as minas de ferro, para fabricar mais munição. Portanto, aquela história de que eles foram neutros, não foi bem assim. Após o tour,  ele nos levou para ver a menor estátua da cidade (o povo adora estátuas), essa estátua é especial e diz a lenda que se você deixar algo valioso para a estátua e fizer um carinho na cabeça dela, você terá um desejo realizado. Como o meu único bem precioso era dinheiro, e isso na Suécia é precioso d+, tive a ideia de deixar um fio de cabelo enrolado no pescoço da mini estátua (depois eu conto se o desejo foi realizado). Outra curiosidade interessante é que ninguém mais mora no local, então depois de uma certa hora fica deserto, o que faz com que você, após ouvir as histórias, realmente se sinta de volta ao passado. Durante o passeio ainda tivemos o prazer de ver o pôr do sol ali da Old Town, coisa que vale muito a pena, as luzes ficam lindas e convidam você para uma foto. Quem quiser saber um pouco mais sobre esse free tour pode entrar na fan page do facebook e curtir, vale a pena, afinal nada como passear por um centro histórico ouvindo a história de uma forma divertida e inovadora.

Nosso quarto no hostel.

Nosso almoço 0800 =).

Old Town e estação de Gamla Stan a direita.


Essa praça foi onde o Banho de Sangue de Estocolmo, onde o Rei da Dinamarca que havia invadido a Suécia mandou matar os seus opositores. O único que escapou foi o Gustavo Vasa que um tempo depois se tornaria Rei da Suécia. Ele foi o responsável por grande mudanças na Suécia, como o rompimento com a igreja católica, e por isso você verá diversas homenagens a ele na cidade.

Construções super curiosas.

Porta do palácio onde ocorreu o banho de sangue.

Traços dos Vikings.

A mini escultura, só não esqueçam de fazer o carinho na cabeça dela rs.

Depois da nossa imersão histórica, pedimos para o Jonas nos levar no lugar preferido dele para a gente tomar a primeira pint da Suécia. Ele nos levou para o pub Harry B James na Regeringsgatan, 47 (próximo da Old Town)quando chegamos na porta descobrimos que tinha que pagar entrada pela hora, e era 30 SEK, quando ele viu a nossa cara de desapontamento, ele gentilmente pagou as nossas entradas e falou vamos. Para nossa alegria, segunda-feira era noite de Karaokê, divertidíssima por sinal. Quando ninguém se prontifica para cantar, o próprio DJ organiza o Karaokê, sobe no palco e solta o Gogo, e que Gogo, com músicas completamente fora do contexto para animar o povo a voltar a cantar. A conclusão foi que a noite rendeu boas risadas, e uma tentativa nossa de cantar uma música brasileira (não tinha, só tem Rock N´ Roll, do bom). A pint não era barata, mas valeu a diversão pela nossa primeira noite (entre 40-50 SEK). Foi lá também que o Jonas nos convidou para ficar os dias restantes em Estocolmo na casa dele, e nos salvou de ficar ao relento. 


Karina, Jonas e eu no metrô de Estocolmo.

Pint no Harry B James.

Após uma noite péssima no hostel, com direito a uma trilha sonora bem degradável, onde os músicos se revesavam entre flatos e roncos, e um menino pelado no meio do quarto na calada da noite, fomos para a casa do Jonas. O Jonas realmente foi o Host mais profissional de todos, ele não só tinha uma caixa com todos os folders turisticos possíveis e imagináveis da cidade como também tinha um celular para emprestar para os couchsurfers, além de uma internet só para uso dos couchsurfers. A primeira dica dele foi de um lugar para visualizar a cidade de cima (SPOT), o mais importante DE GRAÇA, o que é raro na Suécia. O spot é bem fácil de encontrar, basta você pegar o metrô até a estação de Slussen, e na própria estação perguntar como você chega em Katarinahissen. Ao subir para a superfície você avistará o elevador, porém você não precisa subir por esse elevador para chegar ao topo da torre. Assim que você avistá-lo, verá também um prédio do outro lado da rua que se conecta ao elevador, o nome do prédio é Vinbaren Pi. Você pode entrar nesse prédio e subir até o último andar, que vai te dar acesso a cobertura do prédio através de uma porta de incêndio, de lá você pode andar até Katarinahissem, curtindo todo o visual da cidade. Voltamos lá outro dia a noite, e o visual realmente vale.

Prédio que da acesso a vista.

 Katarinahissem.
 Esse ponto é conhecido por ter uma das melhores vistas da cidade,  certamente é a melhor vista de graça. O prédio grande branco é o Stockholm city museum.

Old Town a direita, mistura do novo com o velho.

Tentamos correr de volta para a estação antes do nosso passe de 24h acabar, porém não conseguimos aproveitá-lo. Como estávamos morrendo de fome, resolvemos comer ali na própria estação de Slussen, o que foi um erro. Nós estávamos crentes que tínhamos encontrado um sanduíche barato e bonito, porém quando abrimos o sanduíche tivemos uma surpresa: "dude where's the filling?". Acreditem se quiser, os malandros europeus colocaram recheio só na borda para o sanduíche parecer super apetitoso, parece que nisso não diferem muito dos brasileiros...


Decidimos ir para o famoso Vasa Museum, porém como o nosso passe havia acabado, resolvemos comprar um cartão e ir recarregando, conforme a nossa necessidade. Com o cartão as viagens ficam uns 10 SEK mais baratas, assim cada viagem passa a custar 25 SEK. Para economizar compramos só um cartão, porém sempre que a gente ia passar tínhamos que pedir para o moço da cabide passar duas passagens, e liberar a nossa entrada. Hoje vejo que o citypass é o melhor negócio para quem vai pegar muitas passagens. Depois de pegar o cartão na estação voltamos para a superfície, e no ponto de ônibus próximo ao Mc Donalds, pegamos o ônibus 76 rumo ao Vasa Museum. O Vasa Museum fica em Djurgården, pertinho de Tivoli Park (sim aquele parque de montanhas russas, super antigo), do Biological Museum e do Nordiska Museum. Nas redondezas encontramos o Aquário de Estocolmo e do Wine and Spirits Historical Museum (um museu com degustação de bebidas e comidas típicas, nem um pouco convencional). A entrada para estudantes, foram salgados 100 SEK (vale usar a carteirinha da ISIC, ou qualquer outra que você tiver, mesmo que esteja em português), independente do valor, acho que o museu vale a pena, afinal não é todo dia que você vê ao vivo e a cores um navio (original) do século XVII em perfeito estado. A história do navio é ridícula e oscila entre egos de antigos reis: um naufrágio alguns minutos após o navio zarpar (para sorte da Polônia) devido a mudanças que o rei ordenou que fossem feitas na altura no navio (reparem que o navio possui muito comprimento, mas pouca largura). Fato é mesmo que sem poder entrar no navio de guerra (o que ajuda a preservá-lo), porém alguns compartimentos foram replicados e nesses sim o acesso é permitido, o que com a visita guiada se torna algo bem interessante (a visita guiada pode ser em inglês).  Depois da visita ao museu e da Karina comer um cachorro quente caríssimo, fomos encontrar o Jonas no enorme parque de Djurgården, onde caminhamos por horas.

Vasa Museum.

Os encantadores jardins de Djurgården.



Não precisa nem de falar que os 6ºC com vento quase congelaram a carioca que vos fala.

Parque de Djurgården.

Após o passeio no parque, o Jonas nos deixou em um mercado, ao lado de uma estação de metrô, e falou que se a gente fizesse as compras em menos de 20 minutos não pagaríamos outra passagem. Dessa vez obtivemos sucesso, ao chegarmos em casa preparamos a nossa especialidade para a janta de nós 3, macarrão com... molho de tomate, oba!!! 

No nosso terceiro dia chegariam a casa do Jonas mais duas couchsurfers, brasileiras por coincidência.  A Karina ficou em casa e eu fui com o Jonas buscá-las na estação central, de ônibus. Enquanto a gente esperava, fomos a um Fika ( Fika é a expressão que eles usam para ir tomar um café, ou um chá, coisa bem sueca mesmo). Eu resolvi pedir exatamente a mesma coisa que o Jonas, para experimentar um pouquinho da cultura local, tomei chá com leite, diferente. Antes de buscar as meninas, o Jonas me apresentou a única loja de Estocolmo que tem permissão para vender bebidas alcoólicas com teor alcoólico acima de 5% (ou algo assim), ou seja, você não vai achar vodka no mercado, e essa loja só funciona até as 17hs. As meninas moram em Glasglow, na Escócia, e estão fazendo parte da graduação, pelo Ciência sem Fronteiras. No final do dia encontramos a Karina, e resolvemos ir para o couchsurfing meeting de Estocolmo. O bar em si não era muito animado, e confesso que não lembro o nome, mas valeu pelas amizades que fizemos na noite e é sempre uma boa oportunidade de conhecer gente de diversos lugares do mundo. Nesse dia tinham alguns suecos por lá e pessoas de todos os cantos do mundo. No inicio é tudo meio aleatório, pois é um bando de desconhecido junto, mas com certeza uma coisa todos sempre terão em comum, amor por viajar, o que faz com que depois de algumas cervejas o clima fique mais descontraído e a conversa comece a fluir. 


Lojas do governo que vendem bebidas.


No dia seguinte fomos com as brasileiras e o Jonas aprender uma pouco sobre os Vikings da Suécia, no Swedish History Museum, a estação de metrô mais próxima desse museu é a Karlaplan. Para estudantes a entrada é 80 SEK, e lá também são aceitas tanto as carteiras da ISIC como as brasileiras, com a entrada você tem direito ao áudio guia, porém esse áudio nem sempre é interessante, além de pular muitas partes do Museu, o que o torna confuso. A visita vale para aprender um pouco mais sobre esse povo antigo, depois de lá você nunca mais vai pensar em capacetes com chifres quando pensar em Vikings, afinal isso não passa de uma lenda. Após o museu fomos almoçar em um restaurante italiano, estilo Spoleto do Rio de Janeiro, o Vapiano, em frente a saída da estação de metrô de Gamla Stan. Os pratos mais baratos eram em torno de 80-90 SEK e a água para beber era por conta da casa, tinha uma torneira onde o próprio cliente podia se servir. Após o almoço, no final da tarde, o Jonas levou as meninas para tour na Old Town, e eu e a Karina fomos para o Medusa pub, sim aquele da cerveja barata. O Medusa Pub é muito perto do metrô também, é só perguntar para qualquer um, pois todos conhecem o bar. A pint lá custa 36 SEK, é o mais barato de Estocolmo, e dependendo do dia da semana tem show ao vivo, e a entrada é de graça, lógico. Lá conhecemos dois Noruegueses, que estavam em Estocolmo para gravar um comercial. Eles tinham um hábito, que é bem comum aqui na inglaterra, de colocar tabaco entre a gengiva e os dentes, para fumar menos. Bom eu particularmente espero que essa moda não pegue no Brasil. Durante a semana é sempre bom lembrar que o metrô para de funcionar cedo, então fique ligado nos horários dos últimos trens nos aplicativos, para não papar mosca, nos fim de semanas eles funcionam lindamente por 24hs!


Maquete de uma vila Viking.

Parte da armadura dos Vikings, nem são pesadas essas luvas.

 Ruas próximas ao Museu de História.

Com os Noruegueses no Medusa.

No nosso quinto dia em Estocolmo ganhamos um presente das brasileiras que partiram, elas deixaram um citypass de quase 48h para nós (OBRIGADA MENINAS!!!). Nesse dia cismamos em fazer um passeio de barco. Para quem não sabe, Estocolmo é um arquipélago, e além de diversas pontes que ligam as ilhas eles também possuem um eficiente sistema de ferries, que liga à ilhas mais distantes, e até com a capital da Finlândia. Para dentro da cidade o citypass pode ser usado. Fomos para a estação de metrô T-Centralen e de lá caminhamos até o porto Nybrokajen, onde tentamos pegar um ferrie para Vaxholm, porém como descobrimos que não era lá, resolvemos pegar um que liga as ilhotas de Estocolmo mesmo. Todos acharam graça da nossa cara e tentaram explicar que aquilo era só um transporte e não era turístico. Ou seja era tipo uma barca Rio-Niterói, mas com varias paradas, logo, por que não usar o transporte barato para fins turísticos? 
Dentro da barca fizemos logo amizade com o marinheiro, que explicou como chegar na tal ilha de Vaxholm, e que a mesma era muito bonita e visitada no verão. Conhecemos também uma senhora que deu a dica da gente parar na volta no ponto que ela ia descer, pois tinha um quiosque muito bom para tomar um vinho, ouvir uma boa música e jogar (algum jogo deles que nós não entendemos o que é até agora). Resolvemos lógico seguir a dica da local e fazer um programa bem local, mas antes demos a volta completa no ferrie curtindo o visual. O quiosque realmente valia, sentamos para tomar um vinho (60 SEK) e ouvir um bom jazz e... Bossa Nova!!! Viva viva, nada de Michel Teló!! O nome da estação do ferrie é Saltsjökvarn e do bar é Boule & Berså.


Caminho para pegar o ferrie.

Porto de onde o ferrie sai.

O ferrie comum que contorna as ilhas da cidade.


Vê se não vale a pena o passeio...

Quiosque com a área de jogos.

Vinho caro mas valeu a pedida.

Fazendo sinal para o ferrie na volta.


Depois da voltinha de Ferrie fomos novamente para o Medusa, encontrar o Americano que conhecemos no couchsurfing meeting, o Nicholas está viajando há quase um ano pelo mundo. Morava na Califórnia, largou emprego, cachorro, papagaio e periquito e se mandou para o mundo. Quem quiser pode acompanhar as aventuras dele, que nesse momento está atravessando a Russia, pelo blog.

O Medusa sexta-feira estava super lotado e rolando um show Rock.  O Nicholas estava com um amigo da Índia, se eu não me engano, e logo fizemos amizade também com uns suecos que estavam por lá. Resolvemos sair do bar e ir tomar a saideira da tal cerveja Viking, que o Jonas havia comentado conosco. O bar da cerveja Viking é SUPER legal, vale muitooo, estava rolando uma música que poderia facilmente ser ouvida no filme do Senhor dos Anéis. Assim que chegamos uns suecos bêbados, muito engraçados chamaram a gente para sentar na mesa deles, e logo a saideira virou mais umas 3 pints, sendo uma cortesia dos meninos. A noite foi muitooo engraçada, eram 3 amigos e um deles tinha acabado de tomar um pé na bunda da namorada de anos, ai os outros levaram ele para encher a cara.

Medusa´s night.




Bar da cerveja Viking, é em uma rua bem próxima do Medusa.



No penúltimo dia, a casa do Jonas virou um albergue literalmente, ele resolveu abrigar duas alemãs na noite de sexta, que não conseguiram acampar nas montanhas devido ao mau tempo, e por que uma delas estava passando mal. Sábado de manhã, chegaram  mais duas bielorrussas.  Enquanto as alemãs ficaram descansando, nós fomos curtir o carnaval sueco, sim carnaval com direito a desfile, fantasias e... trio elétrico, a música porém estava longe de ser um samba. O evento ocorre no final do ano letivo das universidades, que é em maio. Encontramos com o Nicholas lá novamente, e após assistir ao desfile, com direito a muitos brasileiros, lógico, resolvemos tentar ir para a ilha de Vaxholm. Fomos até a estação de Slussen, e de lá caminhamos até o porto onde tem um quiosque de turismo que você pode comprar os tickets para qualquer uma das ilhas distantes. O valor era uns 70-80 SEK. O vilarejo porém estava bastante deserto, pois além de ser domingo ainda não era verão. Demos uma volta e logo avistamos um forte em uma das pontas. Almoçamos um podrão baratinho (50 SEK) por lá e fomos pegar o ônibus para voltar, pois o ferrie demoraria muito. Como estávamos sem citypass, dinheiro no cartão de transporte e não tinha onde comprar, o motorista deixou a gente viajar de graça =).

Qualquer semelhança...

Várias nacionalidades no desfile e lógico que o Brasil estava representado.

Vaxholm.


Forte em Vaxholm.

Na nossa última noite em Estocolmo, resolvemos ir para o couchsurfing meeting de novo, sim dependendo na cidade existe um a cada dia da semana, e você pode ver as localidades dentro dos eventos de cada cidade no site do Couchsurfing. O encontro dessa vez foi em um lugar mais bacaniquinha, perto da Old Town e com cerveja só um pouco mais cara que no Medusa. Lá tivemos uma das maiores surpresas de viagem, conhecemos um alemão Stuttgart, que é apaixonado por forró, e através dele também descobrimos que agora em julho vai rolar um Festival de Forró (no Brasil?), em nada mais nada menos que Stuttgart na Alemanha onde acontece um forró todo domingo. Entre umas pints e outras, desafiamos ele a demonstrar seus dotes de forrozeiro para nós. Saímos do bar e andamos para uma praça próxima, lá ele sacou o celular na mochila com, acredite se quiser, milhares de forrós, e forrós bons e 100% brasileiros. Quando ele começou a dançar eu não acreditei, logo se foi por abaixo aquela teoria de que gringo não tem gingado, valeu Alemanha =). Após isso fomos até o albergue do alemão, para tentar imprimir nossos check in da Rayanair para o vôo do dia seguinte. Na Rayanair se você não faz isso antes de viajar, tem que pagar uma multa de 50 euros, logo vê se não dá mole. Antes de ir para albergue demos uma passada em Katarinahissen novamente, mas dessa vez vimos o visual noturno da cidade. Na volta para a casa tivemos a sorte de encontrar o Jonas e as bielorrussas no metrô e não ter que ficar esperando ele, congelando, do lado de fora.

 Visual noturno de Katarinahissen, foto do Benjamin.

Karina, Jonas (Nova Zelândia), eu, Nicholas, argentino e Benjamin (o alemão forrozeiro), pessoal do couchsurfing meeting em Katarinahissen. 

No dia seguinte, acordamos e fomos de metrô para a T-centralen, de lá pegamos um ônibus para o aeroporto. Dessa vez por um erro de cálculo quase perdemos, de verdade, o voo. Quando chegamos no aeroporto, o despache de malas já tinha encerrado, o cara do guichê olhou para o meu mochilão e falou, tira as coisas proibidas e tenta embarcar como mala de mão. Só que eu tinha muitas coisas que não podiam ser bagagem de mão, inclusive meu lindo canivete suíço, logo resolvi arriscar. A mulher da Rayanair furou a fila para nós no raio-x, não sei se era por que estávamos muito nervosas e comovemos todos ao redor com o nosso desespero, ou se foi desatenção dos guardas, mas simplesmente TUDO passou no raio-x. Quando chegamos na sala de embarque, as meninas da Rayanair olharam para nossos mochilões e falaram: "queridas se couber no gabarito vocês podem embarcar, e vocês tem 1 minuto para ver isso, pois o avião vai decolar". Desesperadas começamos a vestir todas as roupas possíveis, a Karina começou a enfiar roupas dentro da calça, e conseguimos ufa! Quando entramos no avião, eu nem acreditei, que tudo tinha dado certo. 

O nosso problema foi diminuir a profundidade do mochilão, nem preciso falar que para nossa sorte o peso foi ignorado.

Bye linda Estocolmo, você realmente me surpreendeu. Próxima parada: Varsóvia, Polônia...